com a palavra

Militar da reserva lembra os tempos de guarnição e fala sobre atividades filantrópicas

Joyce Noronha


Fotos: Arquivo pessoal
Sergio (à esq.) no dia da formatura do neto Giovani (de gravata azul), junto com a esposa Elizabeth e o filho Jean 

Filho da dona de casa Maria do Carmo Pedroso Avila e do ferroviário cooperativista Clio Monteiro Avila, Sergio Edmundo Pedroso Avila, 81 anos, nasceu e cresceu em Santa Maria. Militar da reserva, é casado com a professora de francês Elizabeth Chagas Avila há 54 anos. Da união nasceu Jean-Pierre Avila. Hoje, Sergio é avô de Giovani. Além dos 35 anos de guarnição, é engajado no trabalho voluntário pelo Rotary Club Dores, há mais de 30 anos. Ele também usa as horas livres para cuidar de sua coleção de moedas, cultivada desde 1962.

Diário - Como o senhor conheceu sua esposa?
Sergio - No Carnaval, no Clube Caixeral. Nos conhecemos lá, em 1956, e casamos lá, em 1963.  

Diário - Qual é o segredo para um casamento tão duradouro?
Sergio - Toda e qualquer atitude, decisão é conjunta. Sempre. O que eu posso dizer? Que nós temos problemas? Não, nós não temos problemas, nós temos provações. 

Diário - E o senhor já era militar quando conheceu a conheceu? 
Sergio - Estava entrando no quartel. Incorporei dia 20 de janeiro e conheci a nega (apelido dele para a esposa) no dia 14 de fevereiro. Eu tinha 19 anos. Ela estava fazendo a FIC (antiga Faculdade Imaculada Conceição, hoje Universidade Franciscana - UFN), fazia o curso de Neolatinas, que abrange o francês. Nos casamos no dia 16 de fevereiro, só que sete anos depois (risos). Naquela época, o namoro não era fácil. Muito namoramos na janela (risos). E a janela existe até hoje, a família está tentando resgatar a casa. É na Rua Floriano Peixoto, ao lado da antiga Reitoria (da UFSM). Ela morava ali. Era na segunda janela daquele casarão que a gente conversava. Tinha que ser rápido para o pai dela não ver. A oposição era grande (risos). Mas foi isso aí que nos fortaleceu, que nos levou a ficar sete anos namorando, e, graças a Deus, hoje estamos há 63 anos juntos, sendo 54 de casados. [

Diário - Como foi para vocês a chegada do primeiro filho, Jean?
Sergio -
O Jean chegou de um casal normal, com uma grande esperança de família. Nasceu na Casa de Saúde. Nós estávamos casados há 4 anos. E tem um detalhe, sabe por que o Jean é moreno? Porque quando ele estava nascendo faltou luz (risos). Sério! Lembro que estava do lado de fora e apagou tudo. Aí tiveram que ligar o gerador. Eu brinco que é esse o motivo dele ter nascido moreno (risos). 

Diário - Como é sua relação com o neto?
Sergio -
Giovani, de 25 anos, é médico veterinário, formado aqui pela UFSM. Hoje, ele mora em Rondônia, na cidade de Cacoal. É longe! A minha relação com ele é excelente. Faz uns cinco meses que ele se mudou. Antes, ele morava em Santa Maria e a gente estava sempre junto. Até hoje somos muito próximos. A nega e eu sempre fomos muito mais além de avós, fomos também pai e mãe, não só para ele, mas para todos os sobrinhos. Emociona pensar nisso, acho que a idade está pegando (risos, com os olhos marejados). Sinto saudade, mas não coloco para fora. Fico mais quietinho, na retaguarda...  

Diário - Já que o senhor usou a expressão militar, vamos voltar ao assunto da sua carreira. Conte mais sobre esse período.
Sergio -
Foram 35 anos de guarnição. Comecei na 3ª Divisão de Infantaria (DI), hoje é a 3ª Divisão de Exército (DE). Depois, fui para o 7º Regimento de Infantaria (RI), que se tornou o 7º Batalhão de Infantaria (BI) e que, hoje, é o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB). Em seguida, fui para a 9ª Circunscrição de Serviço Militar (CSM). E terminei a vida militar no 3º Batalhão de Engenharia (BE), mas ali fiquei só 45 dias. Fui para a reserva como tenente. E quando já estava na reserva, fiquei um ano no Colégio Militar de Santa Maria, como oficial de relações públicas. Fui o primeiro oficial de relações públicas do colégio.  

Diário - E fora dos quartéis, quais são suas atividades preferidas?
Sergio -
Somos rotarianos há mais de 30 anos. Minha esposa e eu. Ela foi uma das fundadoras do Rotary de mulheres, o Imembuy. Depois, ela veio para o meu Rotary, o Rotary Club Dores. Daí conciliamos entre o Rotary e a Associação Voleibol Futuro (AVF). O Rotary é filantrópico. Lá a gente procura fazer o seguinte: não dar o peixe, a gente ensina a pescar. No Rotary, passei por todas as funções, menos governador. Enquanto der, a gente vai levando o trabalho, com a graça do Senhor. 

Diário - Mas, fora o Rotary, o senhor tem um hobby: colecionar moedas. Como essa coleção começou?
Sergio -
Há muitos anos, eu tinha um punhadinho de moedas que a gente chamava de Getulinho, eram moedas de 5 centavos, 10 centavos, 50 centavos... Lembro que eu estava com aquelas moedinhas guardadas, daí peguei um isopor grosso e grande, apertei as moedas ali e guardei. Foi aí que começou. Em 1962. Hoje, tenho moedas brasileiras, que é a minha coleção. Tenho moedas estrangeiras, que é o que a gente vai ganhando, e são moedas estrangeiras de 164 países. Hoje, eu não consigo erguer os quatro álbuns, de tão pesado que são (risos). E, recentemente, fechei uma série de cédulas brasileiras. 

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